Bolsonaro pede anulação de delação de Mauro Cid: ‘Ele mentiu’

Bolsonaro pede anulação de delação de Mauro Cid - Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu a anulação da delação premiada Mauro Cid após publicação da Revista Veja que apontou supostas mentiras e incoerências no depoimento do tenente-coronel. Em publicação em uma rede social nesta sexta-feira (13) repercutindo a reportagem, Bolsonaro afirmou que mensagens de Cid divulgadas pela Veja “escancaram o que sempre dissemos: a “trama golpista” é uma farsa fabricada em cima de mentiras”.

Na publicação, Bolsonaro pede a anulação da delação de Cid e a libertação de Braga Netto.

Depoimento contestado

Segundo reportagem da revista Veja, Cid teria violado os termos do acordo de delação premiada ao manter atividade em redes sociais por meio de um perfil falso, contrariando o que disse ao ministro Alexandre de Moraes.

Durante interrogatório nesta semana ao STF, Cid negou ter utilizado redes sociais no período de restrições impostas pelo acordo. No entanto, a Veja publicou prints que mostram postagens feitas pelo perfil @gabrielar702 — que seria operado por ele — com comentários sobre os bastidores da investigação.

Em algumas mensagens, o militar apresentava versões diferentes das fornecidas à Polícia Federal (PF) e fazia críticas a Moraes, a quem chamou de “cão de ataque”.

Ao ser confrontado em plenário pelo advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, Cid negou conhecer o perfil em questão. No entanto, hesitou ao dizer que não sabia se ele pertencia à esposa. Após o depoimento, Vilardi declarou ao STF que Cid mentiu deliberadamente e acusou o militar de ter “memória seletiva”.

Os diálogos, segundo a revista, teriam ocorrido entre janeiro e março de 2024, cinco meses após a formalização do acordo de colaboração. Nas mensagens, Cid demonstrava ceticismo com relação à sua absolvição e dizia que somente o Congresso ou uma eventual vitória de Donald Trump nos EUA poderiam reverter sua situação. Em tom conspiratório, relatava que os coronéis da PM do DF “vão pegar 30 anos” e que o STF estaria “comprometido”.

Além das críticas aos investigadores e ao relator do caso, os prints indicam que Cid revelou conteúdos sigilosos das audiências e minimizou o envolvimento de Bolsonaro na tentativa de golpe.

As declarações contrastam com sua delação, que embasou a denúncia contra Bolsonaro, ex-ministros e militares — incluindo a acusação de que Bolsonaro editou uma minuta de decreto para intervir no processo eleitoral.

Com informações de Veja e InfoMoney